quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Execução orçamental - JAN/AGO 2013 - Comentário 2



Há um ano, as contas estavam assim. Até ao final de Agosto deste ano, observam-se as alterações seguintes (substanciais no seu valor) relativamente ao mesmo período do ano passado:

Pensões pagas pela SS e pela CGA : 16.120M€ ( + 1.546M€ ; +10.6% )
Subsídio de Desemprego : 1.858M€ ( + 166M€ ; +9.8% )
Juros e outros encargos : 4.000M€ ( - 239M€ ; -5.6% )

O aumento da carga fiscal não chega para estas variações... daí ser tão importante cortar nas despesas.

Por outro lado, os "descontos" para a CGA e para a SS pagaram 77.5% das pensões em 2012 e apenas 75% em 2013. Só para as pensões, fora tudo o resto que é função da SS assegurar.

Infelizmente, como o Governo tem dito, é preciso mexer nas pensões para ter algum resultado visível no lado das despesas do Estado.

Execução orçamental - JAN/AGO 2013 - Comentário



No programa Olhos nos Olhos da TVI do passado dia 16, foi debatido mais uma vez a capacidade do Estado em endireitar as contas públicas.

Alguns factos aí referidos que importam para perceber tudo isto são, por exemplo, que o Administração Central (AC) tem mais de 4 mil entidades que dependem do Orçamento de Estado (OE), a Administração Local (AL) tem outras 4 mil (essencialmente câmaras municipais, juntas de freguesia e empresas municipais), e depois ainda existem as fundações e outros que tais.

Todas estas entidades dependem do OE, a maior parte em mais de 50% das receitas próprias. Junta-se a isto o facto de, na esmagadora maioria dos casos (>90%) as receitas orçamentadas não serem atingidas e as despesas sim, o que leva a endividamento.

Verdade seja dita que as câmaras têm conseguido reduzir o endividamento, mas não o terão feito à custa das empresas municipais?

É impressionante como um aumento da receita fiscal em 1311M€ (quase 1% do PIB…) não é suficiente para equilibrar mais as contas, onde a despesa corrente primária aumentou 897M€. A despesa total quase não se alterou (desceu 89M€), apesar do forte corte nas despesas de capital (cerca de 748M€).


No entanto, nesta fase de reajuste, ainda há alguns fatores extraordinários a afetar as contas e que se diluirão no tempo, ao longo do ano.Veremos...

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Execução Orçamental JAN-AGO 2013



JANEIRO-AGOSTO 2013

Receita Total : 25209.1M€ (-1221.4M€ ; -4.6%)
Das quais : Receitas fiscais : 22066.3M€ (1311.4M€ ; 6.3%)
IRS : 7366.7€ (+ 1704.9M€ ; 30.1%)
IRC : 2608€ (+ 150.9M€ ; 6.1%)
IVA : 8550.5€ (-180.8M€ ; -2.1%)
ISP : 1377.3€ (-51M€ ; -3.6%)

Despesa Total : 31236.4M€ (-89.4M€ ; -0.3%)
Despesa Corrente Primária : 26281.1€ (+ 897.2M€ ; 3.5%)
Despesa de Capital : 955.2€ (-748M€ ; -43.9%)

Saldo : -6027.3M€ ( aprox. - 3.7% PIB previsto em 2013 )

O ano passado houve receitas extraordinárias reflectidas neste período, daí a quebra acentuada na receita.
Na rubrica Juros e outros encargos há um decréscimo de 5.6%
A pensão média na CGA é de 1.170€.
O pagamento de pensões de velhice na SS aumentou 10%.

Só agora reparei...



...que foi há mais de três anos que iniciei este blog.
Gostava de poder ter mais tempo e fazer uma revisão ao que escrevi.
Convido-os a fazerem isso por mim e a comentarem. Será que valeu a pena?

Juros da dívida pública 2011/2012



Uma notícia saída hoje dava conta dos encargos do Estado com a dívida em 2012: 7.134M€.

Embora esta notícia revele um número correcto, omite a verdade toda. Ao mesmo tempo que pagou 7.134M€, recebeu 285M€ de juros o que leva os juros líquidos pagos para 6.849M€ (+ 713M€ que em 2011).

Os juros líquidos pagos aumentaram cerca de 11% enquanto que a dívida aumentou cerca de 13%.

Este desfasamento ocorre pelo simples facto de a nova dívida (muita dela referente ao programa de apoio financeiro da troika) ter taxas mais baixas que a dívida existente.
O juro implícito desceu mesmo de 4.1% para 3.9%.

Mais grave que este aumento, é concluir que os juros pagos representaram 4.3% do PIB, contra 3.9% em 2011. Isto sim é significativo do esforço que nos está a ser pedido.

Esta é a face visível da ajuda internacional.

Quanto à banca, já estão registados mais de 120M€ de receitas pela ajuda estatal, integrada no plano de assistência financeira. Salvar os bancos viáveis tem grandes hipóteses de se tornar um investimento com retorno. Infelizmente, o BPN, o BPP e o BANIF são a pedra no sapato e poderão estragar estas contas.

Quanto ao que falta fazer para reduzir o défice e a dívida páre de aumentar, vemos por aqui que falta ainda muito...


sábado, 21 de setembro de 2013

Dívida total - Agosto 2013



Dívida total (fim de agosto de 2013) : 207.444.430.043


A dívida teve a seguinte variação média diária nos períodos indicados: 

2013 : + 39.403.418€ (+ 53.214.582€ nos últimos 12 meses)
2012 : + 53.616.271€
2011 : + 63.331.160€
2010 : + 52.132.112€

2009 : + 39.133.457€

O aumento da dívida continua a níveis semelhantes ao passado recente.
Duas boas notícias: 

1. desde o valor mínimo de certificados de aforro ocorrido no final de novembro de 2012 a subscrições líquidas aumentaram e temos, desde essa data, praticamente 1M€ por dia aplicados em certificados. A taxa paga nos certificados anda pelos 3.20%.
Aumento da poupança interna = menos dependência do exterior

2. nos útimos 3 meses, para além das amortizações habituais, foram efectuadas amortizações de cerca de 450M€ nas séries de obrigações que vencem em SET2013 com cupão de 5.45% (amortização de cerca de 3% da dívida) e em JUN2014 com cupão de 4.375% (amortização de cerca de 4% da dívida).

As emissões de curto prazo aumentaram a dívida em 3.627M€ mas parece que parte da liquidez obtida foi utilizada para amortizar dívida de longo prazo com taxas mais altas. Se assim é, sempre se vão poupando alguns milhões nos juros pelo caminho. Nas minhas contas de joelho, terão sido cerca de 4M€.

Não é muito, mas é dinheiro!

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Dívida total - Julho/2013



Dívida total (fim de julho de 2013) : 205.692.498.265


A dívida teve a seguinte variação média diária nos períodos indicados: 

2013 : + 34.706.501€ (+ 47.641.834€ nos últimos 12 meses)
2012 : + 53.616.271€
2011 : + 63.331.160€
2010 : + 52.132.112€

2009 : + 39.133.457€

O aumento parece estar ao nível de anos anteriores, vamos ver os números no fim de setembro. Nesse mês há uma amortização e juros de cerca de 6 mil milhões.